La La Land - O filme que o atual cinema tanto precisava

Com momentos de um musical clássico, "La La Land - Cantando Estações", acerta em balancear o tradicional com o moderno, trazendo um novo olhar para o gênero, com uma dinâmica intensa e um casal muito carismático. 

A realidade é um tanto complicada e, caótica. O lado "romantizado" das pessoas, em seus dias agitados, acaba sendo sufocado pelo cinza que o Doria mundo real pinta em nossas vidas. Principalmente se, você é o tipo de pessoa que "tem um sonho" (uma frase banal, para muitos), algo que deseja muito conseguir, mesmo com a maré indo contra você, e muitos tentando convence-lo(a) a ir por um caminho "pé no chão" mas, mesmo assim você tenta correr atrás daquilo que quer. Contra a forte correnteza, você nada e, as vezes cansa, se deixa ser vencido. Levado pelo rio, exausto...Sem forças. Mas, de repente a correnteza diminui, te mostrando que só cabe a você ,tentar novamente ou, deixar ser levado, de vez. 
"La La Land" é isso. Sobre sonhar e correr atrás do sonho. Uma brecha para os "tolos sonhadores", no mundo em que nem todos brilham. 



Leve e sofisticado
Com uma trama leve mas, não menos profunda (muito pelo contrario), o filme do diretor indicado ao Oscar, Damien Chazelle, por "Whiplash - Em Busca da Perfeição", joga as camadas certas em cima de um longa que consegue dialogar, com muita fluidez, entre o sonho colorido e a realidade cinza, da vida dos protagonistas. Com a música sendo um UP, otimista e divertido, na narrativa da história. O filme, consegue andar muito bem no que se propôs a contar.


Sebastian e Mia


Com Mia (Emma Stone), sendo uma jovem sonhadora, que quer seu canto ao sol, como atriz. E, Sebastian (Ryan Gosling), o cara que pretende manter o Jazz vivo, cultivando a ideia de abrir sua própria casa de shows, dedicada ao ritmo. A cidade de Los Angeles, onde as estrelas Hollywoodianas fazem carreira, se torna um cenário perfeito para a narrativa, que mostra a interação de um casal com objetivos similares mas, com caminhos diferentes. E, mesmo com a realidade batendo em suas portas, o roteiro consegue manter otimismo deles, que estimulam um a o outro. 

Um musical à parte
O longa é claramente um musical, divertido e pretensioso. Mesmo que possa parecer muito exagerado em alguns momentos, o tom das músicas e a forma em que elas são inseridas, se encaixam como uma luva em toda a estética estabelecida.
Com canções empolgantes e carismáticas, o filme homenageia os clássicos, casando a música com coreografias simpáticas, dinâmicas e teatrais... Mas, que ainda assim, sapateia em alguns clichês clássicos, propositadamente, já que se trata de uma homenagem. Isso, sem deixar de ter um ar de novidade no ar, já que um filme com essa temática não era tão repercutido assim, há muitos anos, se mostrando um ótimo prato de entrada para o público que ainda não foi, formalmente, apresentado a os musicais. Além te dar uma ótima playlist, para você ouvir até cansar.



Esteticamente trabalhado
O trabalho de iluminação, edição e fotografia dão um show à parte, pincelando a tela com cores vibrantes e intensas, com cortes rápidos, que deixa tudo ainda mais fácil de ser apreciado. O diretor soube balancear bem os diálogos, canções e cenas, deixando tudo redondinho, mas, ainda assim, criando expectativas e provocando o público.

Que seja contemplado 
No atual mundo conturbado em que vivemos, onde terrorismo, crises, corrupção e Donald Trump(...) são uma realidade. Um filme que traz uma "colherada de ótimismo", tinha tudo para ser bem aceito. Mas, o que faz dessa obra tão especial é, justamente, o fato dela ser um sonho realizado, de todos os envolvidos. Mostrando menos o lado comercial, com uma pegada mais lúdica, sem deixar de te dar as cotoveladas necessárias, para que se mantenha o cultivo dos "tolos" que ainda sonham por aí. 

Não é atoa que o filme conseguiu 7 Globos de Ouro e, historicamente, 14 indicações ao Oscar.  Definitivamente, "La La Land" é um suspiro em meio as dificuldades do cotidiano. Você sai mais leve do cinema.

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