Crítica - "Uma Aventura LEGO"

Já era tempo de um filme com as pecinhas LEGO aparecesse em nossas vidas. Depois de tantos games de sucesso reimaginados com os bonequinhos montáveis, Uma Aventura LEGO  vem para expandir o universo de um dos brinquedos mais amados da cultura pop. 


Na produção, dirigida por Phil Lord e Christopher Miller (ambos diretores de Anjos da Lei e Tá Chovendo Hambúrguer), Emmet (Chris Pratt) é um cidadão comum que, como todos, segue sua rotina engessada com instruções de como ser feliz. Quando encontra algo fora de normal nas ações cotidianas de sua cidade, ele acaba por conhecer Megaestilo (Elizabeth Banks) e saber de uma profecia da qual pode ser o escolhido. Emmet então deve se provar digno, para acabar com o plano maligno do Presidente Negócios (Will Ferrel). 

Com um visual stop-motion inspired (o filme é basicamente CGI, mesmo que contenha pequenas partes nessa técnica), os criadores transpuseram para a tela tudo o que já vimos nos consoles. E, mesmo que tenhamos contato prévio com a tal forma, em praticamente todas ascutscenes  dos jogos, o visual aqui não incomoda por ser familiar. O movimento dos animais, por exemplo, sempre traz um ar quase caricatural ao modo de brincar de LEGO. Embora o tempo de contato com a película faça os movimentos parecerem mais fluidos, sempre há algo na cena para nos lembrar de como é dura e nada analógica a movimentação nesse mundo. 



Outro ponto que devemos destacar é o incrível trabalho de sonosplatia do longa. Ele faz com que a comicidade não fique presa somente ao roteiro e também passeie por outros lugares. Talvez seja nesse aspecto em que mais temos equilíbrio entre a ação cinematográfica e gamer, ambas usadas de diversas maneiras. 

Há também o roteiro, claro, que ultrapassa facilmente as barreiras de uma sinopse genérica. Além da maravilhosa inserção de personagens coadjuvantes como Batman (Will Arnett), Unigata (Alison Brie) e Benny (Charlie Day), o texto ainda consegue tratar de assuntos muito sérios de forma leve e rápida. Logo depois da cena introdutória, o filme nos apresenta suas ideias sobre consumismo, comodismo, alienação e monopólio. Durante todo o desenrolar, aliás, somos presenteados com frases como "Vocês não me conhecem, mas estou na TV, então podem confiar em mim" que demonstra o nível de inteligência das piadas. 

Contudo, ao mesmo tempo que isso demonstra como os roteiristas não subestimam a inteligência das crianças, faz com que a história referencie constantemente o universo de produtos licenciados pela LEGO. Assim, a garantia de risadas se estende confortavelmente ao público mais velho, mas parece ignorar um pouco a audiência super-jovem que, possivelmente, não terá o repertório necessário. É claro que a relação do Superman (Channing Tatum) com o Lanterna Verde (Jonah Hill), por exemplo, chega à todas as idades, mas o cameo de alguns personagens de Star Wars, não. 

Mesmo com um terceiro ato que pode parecer um pouco prepotente, confuso e sem saber direito em que mensagem apostar, Uma Aventura LEGO consegue trazer uma história divertida e, sem nenhuma dúvida, com enorme potencial expansivo. Faltou pouco para que tudo fosse incrível

Fonte:QDNG

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